quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

JANELA A ZU...


De uma janela como esta meu irmão viu o mundo passar a sua frente e sua vida mudar de repente...
Viu gente sorrindo, subindo e fugindo; viu seu tempo de Sá Anas e Tianas, Zezés e Bulés...
Por trás do vidro suado por sua respiração ofegante pode ter tido, acuado a Lua, sua paixão constante...
Nas gotículas de chuva que escorriam da sua janela azul, Zu via partículas de sua história se encaixando qual luva e os pensamentos que fugiam pra sua tela; sua imensa e inesquecível tela azul do menino licuri, dos burros da feira, do sino da Matriz, de um lugar mais ao sul... mudou pra BH e até o pilão velho foi posto por Zé Soié e o coité da medida, a farinha, o feijão de corda, o litro o mel e a rapadura... acabou-se fartura, sonhos, janela azul, feira com cerca a sua beira, Merindas, Divas, Vós e os filhos agora tão sós...
De uma janela como esta sinto saudades de doer na alma, palma da mão que nem a calma singulariza estes plurais dos sentimentos meus e nossos de outrora, porque agora, nesta hora; onde estará Mariazinha, meu primeiro amor e o primeiro amor de tantos Zus, Lus, Tus e Iuius; onde andará Mariazinha e nós, igual a toda a meninada e não mais jogos de botões pelas calçadas porque éramos de verdade felizes e não sabíamos e mesmo que soubéssemos, o relógio gira, o tempo passa e como disse alguém por aí, " a fila anda"...
Esta é mais uma simples homenagem a você, Zu, de sua, nossa, Janela Azul...
TEXTO E FOTO RONALDO E. COELHO

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